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Foto:
Kid Junior/Agência Diário
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Com
3,35% de capacidade de armazenamento, o mais baixo nível de armazenamento desde
2002, quando começou a operar, o Açude Castanhão, responsável pelo
abastecimento de Fortaleza e Região Metropolitana, já está entrando no chamado
volume morto, de acordo com nota emitida de Departamento Nacional de Obras
contra as Secas (Dnocs), responsável pela administração do reservatório.
Segundo
o órgão, em 13 de novembro o Castanhão “atingiu cota de 68,73, que corresponde
ao volume de 228.599.505 milhões de m³, abaixo da cota 71, que corresponde ao
início de seu volume morto”. Por conta da estiagem, há seis anos o Castanhão
não recebe quantidade suficiente de água para recompor o reservatório.
O
volume morto – também chamado de reserva técnica – é a água que fica abaixo do
nível de captação dos reservatórios, que não foi programada para ser usada no
dia a dia e funciona como “poupança” em caso de emergência. Não existe uma
separação física entre a água do volume morto e a água do volume útil. É a
mesma água, apenas em um nível mais profundo.
O
açude tem capacidade para 308,71 hm3 de água, o suficiente para abastecer uma
cidade como Fortaleza por três anos. O Ceará sofre com chuvas abaixo da média
por seis anos seguidos, ocasionando a mais grave estiagem registrada no estado
nos últimos 100 anos.
Pelos
cálculos da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do estado (Cogerh),a
quantidade de água hoje armazenada deve ser suficiente para manter os usos do
açude, que já estão reduzidos, até por volta de janeiro de 2018. Após essa data
a situação será reavaliada considerando os prognósticos do período chuvoso do
Ceará, que começa em fevereiro e se estende até maio.
Um
dos principais responsáveis pelo abastecimento da Região Metropolitana de
Fortaleza, onde vive quase metade da população do estado, atualmente o
reservatório contribui com apenas10% da água que chega às casas da capital.
Cerca de 7 metros cúbicos por segundo (m³/s) viajam por 250 quilômetros, via
Eixão das Águas, para complementar os outros 90%, que são oriundos de
reservatórios localizados na própria região. Em 206, a situação era invertida:
vinha do Castanhão 70% da água consumida na Grande Fortaleza.
g1/ce