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Foto: Reprodução
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O
presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB,
disse nesta terça-feira (15) que o governo quer “uma folguinha” ao elevar o
deficit fiscal previsto para este ano.
“Pelo que estou vendo eles querem dar mais uma
folguinha. Com isso a gente não concorda. Se tem que ter uma mudança de meta
tem de ser no limite mesmo”, disse, criticando a proposta do governo de elevar
o deficit de R$ 139 bilhões para um rombo.
A equipe econômica deve anunciar na quarta-feira (16)
uma meta fiscal com um deficit superior aos R$ 139 bilhões previstos para este
ano. As previsões vão de um rombo entre R$ 159 bilhões e R$ 170 bilhões.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, nega
que o governo esteja trabalhando com um saldo negativo de R$ 170 bilhões nas
contas públicas e fala em cifra inferior.
Tasso disse ter deixado “bem clara” sua posição sobre o
governo
ao presidente Michel Temer. Os dois se reuniram na semana passada na casa do
empresário Abilio Diniz, em São Paulo.
“Eu disse que não se preocupasse com cargos que não
vamos mudar um milimetro de posição das reformas por causa de cargo. Isso não
era nosso problema”, afirmou. O tucano, desde que assumiu o comando do partido
interinamente, em maio, vem defendendo que o PSDB - que ocupa quatro ministérios
- devolva os cargos.
AÉCIO
Já o presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, foi em
linha diferente da de Tasso. Ao sair de um encontro com Temer nesta terça, no
Palácio do Planalto, ele disse que a mudança da meta “não é o melhor dos
mundos”, mas que o governo tem atuado de maneira “prudente”.
“Eu acho que o governo está tendo prudência para buscar
uma meta que não seja aquela que proteja em um guarda-chuva gastos dispensáveis,
e isso é inaceitável, mas que seja realista e possa suprir a frustração de receita”,
disse.
O tucano afirmou que o partido insistiu para que não
houvesse mudança na meta, mas que fosse feito um esforço para inibir os gastos
públicos. “Mas o governo federal, na ponta do lápis, aponta para frustração de
receitas e gastos que são irremovíveis. Infelizmente teremos uma sinalização
que não é a mais adequada, mas, pelo que diz o governo, é a sinalização
possível”, disse.
Ele afirmou que, pela conversa que teve com o peemedebista, cogita-se um aumento de cerca de R$ 20 bilhões à meta anterior, chegando a cerca de R$ 159 bilhões, e que ainda serão anunciados cortes orçamentários.
“O presidente está convencido de que tem de apresentar
cortes efetivos na estrutura do governo no momento em que aponta o aumento da
meta”, disse.
Folha
Press